Sexta-feira, 06 de maio de 2016
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A destinação incorreta de milhares de litros de óleo de cozinha utilizados mensalmente pela população pode causar sérios danos ao meio ambiente. Para resolver este problema, a Prefeitura de Mandaguari está implantando o programa “De olho no óleo de cozinha”, projeto de iniciativa do vereador Pedro Ricieri Navi e que está sendo colocado em prática através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, Turismo e Meio Ambiente.
A iniciativa cria mecanismos para que, com a participação do da Prefeitura, a população que consome o produto possa fazer o descarte correto do óleo de cozinha usado. De acordo com o programa se tratada corretamente, é possível que a substância tenha uma série de aplicações, podendo se tornar mais uma fonte de renda a mais para a ACAMAN (Associação dos Catadores de Mandaguari), que será a responsável pelo recolhimento do óleo usado nas residências.
Os moradores de Mandaguari só precisam colocar o óleo em garrafas PET para que os cooperados ACAMAN recolham juntamente com o material reciclável. Na sede da entidade o produto será depositado e será retirado por uma empresa especializada na reciclagem do óleo de cozinha usado.
O óleo de cozinha é um líquido usado principalmente para fritar alimentos em uma grande quantidade. Infelizmente, em muitos casos, esse óleo de cozinha usado em residências, bares e restaurantes acaba sendo jogado no ralo da pia ou mesmo nos vasos sanitários. Outras pessoas já preferem colocá-lo em algum recipiente vedado e descartá-lo com o lixo orgânico comum.
Entretanto, todos esses métodos de descarte do óleo de cozinha usado são meios de contaminação do meio ambiente, podendo poluir as águas, o solo e até mesmo a atmosfera. São muitos os prejuízos econômicos e ambientais quando o consumidor não é consciente e despeja indevidamente o óleo de cozinha usado na rede de esgoto ou nos lixões,
Ao ser despejado na pia ou no vaso sanitário, o óleo usado passa pelos canos da rede de esgoto e fica retido em forma de gordura. Isso é ruim porque atrai pragas que podem causar várias doenças, tais como leptospirose, febre tifoide, cólera, salmonelose, hepatites, esquistossomose, amebíase e giardíase. Essas doenças podem ser transmitidas para humanos e animais.
Além disso, esse óleo encrustado nos encanamentos dificulta a passagem das águas pluviais e causa o extravasamento de água na rede de esgoto e o seu entupimento, levando ao mau funcionamento das estações de tratamento. Por essa razão, faz-se necessário o uso de produtos químicos poluentes para desentupir essas instalações, o que leva a mais poluição e a mais gastos econômicos.
Esse esgoto contaminado com o descarte do óleo de cozinha usado chega às Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), que irão separá-lo da água e tratá-lo para que a água possa ser novamente despejada nos mananciais, como rios e lagos. No entanto, esse tratamento realizado nas ETEs não é feito com o esgoto total, mas apenas com cerca de 70%, o que significa que o óleo acaba chegando aos mananciais aquáticos. Além disso, o custo desse tratamento é alto, correspondendo a cerca de 20% do custo com o tratamento do esgoto.
Visto que o óleo é menos denso que a água, ele fica na superfície dos rios e lagos, impedindo a entrada de luz e oxigênio. Isso causa a morte de várias espécies aquáticas, como o fito plâncton (algas microscópicas que vivem em rios e mares e que produzem oxigênio) que depende da luz para desenvolver-se e sobreviver. Isso pode trazer consequências sérias, pois o fito plâncton está na base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, servindo de alimento para organismos maiores que também poderão morrer. Além disso, acredita-se que eles produzam cerca de 98% do oxigênio da atmosfera terrestre.
Para se ter uma ideia, 1 litro de óleo de cozinha usado pode poluir cerca de 1 milhão de litros de água, o que é aproximadamente consumido por uma pessoa em 14 anos.
Fazem parte da ACAMAN 24 pessoas, das quais 20 mulheres 4 homens, sob a presidência de Nair Severino Ferreira. A sede da associação fica na Rua Pedro Alves Madeira, 84, no Parque Industrial I (saída para Marialva).
Fonte: Sustentabilidade
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